quinta-feira, 13 de setembro de 2012

PLEBISTOCRACIA


Plebistocracia (clique em plebistocracia para saber mais) é a junção de duas palavras que formam o conceito de um novo sistema governamental libertador. A plebistocracia nos dará asas para voarmos para fora das gaiolas oligárquicas! Oligarquia, governo baseado no patrimônio no qual os poderosos mandam. Basta! Não cantaremos, como canários tristes, para esse pequeno grupo de pessoas privilegiadas pelos políticos. Essa gente cria uma falsa ilusão ideológica e igualitária de Bem comum governamental, a pseudodemocracia, em que o Estado “não é mais do que a forma de organização que os burgueses constituem pela necessidade de garantirem mutuamente a sua propriedade e os seus interesses particulares”.
Salve! Salve! Plebistocracia! Rainha nossa! Consolação e guia! Veio para nos redimir. Para nos resgatar das mãos dos nossos opressores.
Como pode o povo ser governado por poucos durante longos anos?
O destino de muitos numa única estrada construída pela burguesia, mas que eles próprios não caminham por ela. O que tem riquezas pode pagar a fiança e o suborno, se necessário, para não cair na detenção. O descapitalizado se torna, para o capitalizado, um bode expiatório.
Onde estão a ordem, o progresso, a liberdade, a igualdade e a fraternidade? Essas palavras interrompem o vento e não deixam a multidão voar.
Quem dera se esse conjunto de sons articulados fosse encarnado... Mas são apenas ilusões e simples palavras que interrompem o vento...
Somos anátemas por acreditar no poderoso Leviatã que usa sua língua venenosa para seduzir corações sedentos de paz.
A cauda deste “monstro-Estado” arrasta para o abismo todo aglomerado de estrelas que tentam iluminar a Terra.
Mas bendito é o sol da justiça que nos traz o raio da esperança: plebistocracia! Plebistocracia! Plebistocracia! Ilumine os nossos passos para nos desviarmos dos enganos.
Oh! Quanta tolice! Fico envergonhado de eleger alguém para me representar! O mapa da Grécia não é a Grécia! A bandeira do Brasil não é o Brasil! Os políticos não são o povo! A política se faz com participação e não eleição de representantes! O signo arbitrário é o seu reflexo no espelho distorcendo você!
Abra as cortinas dos países... Veja o que está por detrás dos bastidores: os sacerdotes sacrificando milhares de vidas humanas para oferecer em favor do crescimento do poderoso deus Leviatã, o monstro-Estado.
Os políticos pagam com preço de sangue a glória do Estado! E as crianças... os velhos... as mães... os fracos... os pobres... os doentes... os trabalhadores??? São apenas objetos para sustentar uma democracia mercantil que patrocina o consumismo e gera a desigualdade social. A base da “pirâmide” sustenta o topo. É por isso que os reis não querem um controle populacional, quanto mais gente melhor, ou seja, a maioria sustenta a minoria que usurpa o poder.  Hannah Arendt afirma que política é o lugar da ação e do discurso em vista do bem comum e não de demandas individuais.
A plebistocracia veio para você e para mim. Vamos reformar a história... Vamos inverter os valores... O povo governando os seus representantes e domando o leão que age solto fiscalizando até o que não temos para manter a aquisição da força do Estado pela violência. Mas como domaremos o Leviatã?
Nas urnas não decidiremos somente os representantes competentes que passaram nos concursos para políticos, mas todas as propostas de leis antes de sua criação e aprovação. O legislador consulta a plebe para ajudar a elaborar as leis, e, por fim, rejeitá-las ou aceitá-las. O executivo perguntará e justificará o que pretende fazer, para descobrir de fato com o plebiscito qual a prioridade do povo.  Os nossos representantes têm de ser os melhores do país por meritocracia e não por privilégios partidários que recebem maior patrocínio para suas campanhas eleitorais. Até mesmo os ministros de Estado passam pelo crivo da meritocracia e do plebiscito. Por que o povo tem que estudar para prestar concursos públicos e os candidatos aos poderes legislativos e executivos não prestam concursos nem se alfabetizam para isso? Vivemos numa democracia oligarca que prestigia os burgueses e os políticos com regalias e proteção de direito estatal. É hora de apertarmos o ponto de mutação! Chega de favoritismos! Temos o antídoto: plebistocracia!
Nada se decide... Nenhuma coisa se fará sem um plebiscito... Cada eleitor será um militante de um partido para eclodir a diversidade de ideias e opiniões. A educação básica receberá maior investimento para produzir uma nação crítica e investigadora. As guerras e injustiças sociais cessarão... É a plebistocracia como forma de governo equitativo. É a desmonopolização do poder Estatal. É a distribuição dos três poderes nas mãos do povo para governar, equilibrar e censurar seus representantes. É o Quarto poder majoritário, o Plebiativo! É valorizar a multidão dando autonomia e poder de decisão política. É incorporar no Estado o “espírito público plebeu” para direcioná-lo ao bem do próprio povo, sem demagogias, assim o Estado passa a ser uma ferramenta não para poucos, mas para a maioria, de forma que não haverá diferença entre o Estado e o povo. Na plebistocracia, o Estado não é independente dos indivíduos nem anterior a eles. A plebe é o Estado e vice-versa. É o sonho da promessa que todos os escravos um dia sonharam de se ver livres dos sofrimentos advindos dos grilhões de seus senhores.
Este é o slogan: “Plebistocracia, o povo governando o Estado através do plebiscito direto e secreto”. Clamem por ela!
GLOSSÁRIO
•          Bode expiatório – Aquele que carrega todos os pecados da humanidade. Pessoa inocente que é punida por algo que não cometeu.
•          Desmonopolização – Processo de cessar o monopólio de.
•          Leviatã – O Estado reconhecido como soberano absoluto pelos seus súditos através do pacto social.
•          Plebiativo – Quarto poder majoritário, que governa, fiscaliza e equilibra os outros três poderes.
•          Plebistocracia – Regime de governo em que o povo comanda o Estado por meio do voto direto e secreto.
•          Pseudodemocracia – Forma de governo que usa a democracia aparentemente para ocultar as suas verdadeiras intenções.
•          Signo arbitrário – Signo associado a um significado, o qual representa, e o qual evoca com sua simples presença. Ex.: Bandeira Nacional.
REFERÊNCIAS
•          PLEBISCITO. In: WIKIPEDIA. A enciclopédia livre. (última atualização da página em 19 de julho de 2012). Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Plebiscito. Acesso em:  26 jul. 2012.
•          iDICIONÁRIO Aulete. O dicionário da língua portuguesa na internet. Disponível em: http://aulete.uol.com.br/index.php. Acesso em: 26 jul. 2012.
•          MARX, Karl; ENGELS, E. A ideologia alemã. P. 59. 2ª Edição, São Paulo, Martins Fonte, 2001.
•          Apostila da Unifran – Prática de Ensino Vl Capítulos: 1 ao 5. Filosofia 2009 –79 páginas.
F Dicionário de Filosofia – ABBAGNANO, Nicola. Páginas: 364, 365; 487. , 5ª Edição, São Paulo, Martins Fonte, 2007
•          GRUPO de Estudos Hannah Arendt. Vinculado ao Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo. Disponível em: http://hannaharendt.wordpress.com/ . Acesso em: 26 jul. 2012.
•          HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Um comentário:

  1. Nédi, a Plebistocracia deveria sim,como você diz ser o Quarto Poder. Aliás o direito de se auto governar deveria ser a base para qualquer princípio fundamental do homem. Entretanto, o que vemos é exatamente o que seu artigo explicita: o Estado absoluto e oligárquico, sustentado por um povo, em sua maioria, inépto, despreparado politicamente e inculto. Ainda me assombro quando vejo uma campanha política (?!) pela televisão (aliás, a maior vergonha nacional: o horário político obrigatório, que nos é colocado compulsoriamente!) na qual um indivíduo se apresenta como "Descamisado nº 00000"; é isto mesmo, o cidadão não tem nome, nem sobrenome!. Isto me faz refletir que temos ainda um longo caminho pela frente!. Não creio que a Plebistocracia seja uma Utopia; ao contrário, muitas das idéias consideradas utopias no passado, acabaram por tornar-se "realidade"!. Acho que, não só o Brasil, mas toda a humanidade precisam de um grande "choque de realidade", ou melhor, de "auto-consciência", que prepondere sobre qualquer partidarismo, religião ou classe; que represente o "bem comum" e que esteja acima de qualquer interesse pessoal ou classista. Questões como a fome e os impactos ambientais, são questões "reais" e não dependem de crenças ou interesses para serem constatadas; são reais e iminentes!. Apenas uma visão crítica e despretensiosa, típica do cidadão consciente, poderá representar o "ponto de partida" para esta mudança!.
    Abraço Nédi!.

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