Certa vez um
cientista incomodado com a crença em Deus, escala o monte Sinai e instala no
pico do monte vários instrumentos para captar ondas de som e imagens para
concluir sua teoria. Ele permaneceu ali por alguns dias e quase no fim, se
sentindo cansado e fracassado por não conseguir obter provas materiais do
criador, levanta revoltado e dirige seu olhar para o céu e desabafa em alta
voz: Se você existe mesmo, como apregoa os religiosos, então me responda agora,
quem és tu e de onde vieste! O cientista deu um suspiro, abaixou a cabeça por
estar agindo como um louco e naquele momento, surpreendentemente, ouviu um som
brando sussurrando em seu interior, e no mesmo instante, olhou para seus
equipamentos científicos e nenhum deles registrava coisa alguma. Então
percebendo que era algo misterioso, fechou os olhos e pôs-se a tentar entender
o ruído que aos poucos se tornava nítido, até que ele ouviu uma voz, que lhe
falava, assim: Vou te responder quem sou e de onde vim! Mas, se somente se, lhe
fizer uma pergunta para você refletir. O cientista atônito com a manifestação
sobrenatural, rapidamente balançou a cabeça consentindo com a voz do além. E a
voz prosseguiu: Você sabe que no corpo humano existem aproximadamente cem
trilhões de células e cada uma desempenha bem o seu papel deixando claro que
ela tem uma inteligência celular. Se fosse possível você perguntar a uma dessas
células quem é o homem e de onde ele veio? Será que ela, por mais que tentasse,
conseguiria dar-te uma resposta exata e verdadeira? Não! Afirma o cientista. E
a voz continua: E se você com todo o seu conhecimento acadêmico, se esforçasse
a instruir a essa célula, será que ela iria te compreender? Não! O cientista
exclama. Então, depois de um momentâneo silêncio, conclui a voz ao cientista: A
sua finita sabedoria nunca conseguira saber quem sou e de onde eu vim, mesmo
que Eu use toda minha capacidade e ultrapasse as leis do espírito e da matéria,
do imortal e do mortal, nunca nesta dimensão, você terá êxito algum de saber
quem sou e de onde eu vim! O cientista abriu os olhos ligeiramente, verificou
que nenhum som ou imagem fora detectado em seus equipamentos e anotou em sua
prancheta: Instrumentos materiais não registram manifestações espirituais, pois
estas estão em outra dimensão. E a minha limitada inteligência jamais poderá entender os mistérios transcendentais e
todos os segredos do universo. Saberei falar das manifestações e atributos, mas
nunca do objeto em si.
Alguma coisa nos fez e talvez nunca o saibamos defini-lo. Pelo menos em seu conto ele disse que o fez, mais que você nunca poderia compreender. E para "quê" nos fez? Você nos fez racionais, portanto sabia que esta pergunta seria feita. Preferiria saber porque existo.
ResponderExcluirAnônimo, obrigado pelo comentário. Um amigo do face https://www.facebook.com/groups/filosofiaunicap/, o Manuel escreveu algo que pode servir de resposta para sua indagação, leia: "A natureza cria, nós também criamos; a natureza substitui peças, nós também substituímos; não sabemos qual nossa utilidade, o que criamos também não o sabem; se na natureza a soma de todas as partes formam o todo, mas que o todo é maior do que a soma das partes, também com o que criamos acontece a mesma coisa, se criamos um avião, a soma de todas as partes formará o avião, mas este é maior do que a soma das partes: ele voa; transporta passageiros e cargas, é usado como arma de guerra etc. mas acontece com ele o mesmo que acontece conosco: "eles não sabem da sua utilidade", nós também não sabemos a nossa. Enquanto isso, faz-se filosofia sobre o relacionamento entre as partes criadas pela natureza, mas sempre sem saber o "porquê" existimos". O que você, Anônimo, acha?
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