Lá esta a
“Santa Inquisição” com sua “caça” na mão. Os exterminadores do presente estão
cauterizados pelas suas ambições e não conseguem refletir sobre suas ações.
Todos nós já sabemos! Não é preciso descrever quão maldosa será a condenação.
Não adianta chora para mamar... Perante eles não adianta chorar. A lenha esta do lado da presa. Só falta atear
o fogo. Nos assentos do tribunal “eclesiástico” se discutem a elaboração
dialética que será enunciada no momento do julgamento. Depois, é só apertar o
“botão”. Ninguém escapuliu da “Santa Inquisição”... Ninguém conseguiu
convencê-los da sua inocência. Vejam!
Não fechem os seus olhos! A maldosa ignorância está ai! Infelizmente, você e
eu, não conseguiremos parar com este absurdo...
Pois os sentimentos de culpa nos assolam e paralisam o pulsar de nossas
emoções. O coração virou uma pedra fria embrulhado numa “sacolinha” de
plástico. Nada poderemos fazer contra eles. Nada freará a ideologia antropocêntrica
da dominação. Tudo esta determinado. Esta escrito nas estrelas e nas leis
divinas... E também esta escrita nas tábuas de nossa mente... O Verbo se tornou
carne! As ideias de Moisés, Descartes, Bacon e de tanto outros predadores ao
longo da história humana estão vivas em nós! Consumado esta! E assim será!
Somos fantoches desta abominação! O
“sangue preto” dela derrama sobre nossa cabeça e de todas as gerações! Ai das grávidas! Ai de ti, esperança-verde:
predestinada ao fim, usada para fomentar a churrascaria e o deleite do sabor
pela carne vermelha! O câncer se
alastra no pulmão do mundo! E nem mesmo as seções de quimioterapia resolverá
tamanha devastação! Ela esta em algemas de morte. Ela que é apaixonada pela
vida, autora e personagem do filme: Paixão da Mãe Universal: para quem nascem
os belos filhos e os frutos saborosos.
Os Peões sem piedade laçaram-na como novilho em festa de rodeio.
Amordaçada e prostrada ficou. Colocaram
em sua cabeça ensanguentada uma coroa de espinhos... Esta surrada e sugada com
os beijos de vampiros! Foi assim que a traíram, enquanto ela passeava pelo seu
jardim! Os senhores da verdade submeteu ela a todo tipo desumano de tortura.
Seus inquiridores não deram trégua: questionaram-na... dissecaram-na...
maltrataram-na... racionalizaram-na... e por fim... desencantaram-na. Ela esta
nua e escandalizada, pendurada em uma cruz no calvário. E encima da cruz deu a
ela um título, e nele esta escrita: Mãe Terra, Planeta Azul. Os seus juízes
rasgaram as suas vestes em quatro partes e sorteou sua única túnica azulada
para ver qual dos empresários industriais - patrocinadores das tecnológicas -
que ficaria com ela. Fizeram dela um simples relógio mecânico! Resumida a uma
escrava e cobaia de laboratório! Esquartejaram-na! Retalharam seu corpo nas
salas cirúrgicas dos saberes através de seus experimentos. Tamparam seus
ouvidos aos gritos dela! Que ecoavam desesperados tentando perfurar as
barreiras artificiais que nos distanciam do natural! Ela não é mais a bola da
vez! É apenas uma “cadela sarnenta” infestada e sentenciada pelos parasitas
homo sapiens. Prometeu, deus do Olimpo,
filho do Titã Jápeto e da Oceânide Clímene, será que se arrependeu do mal que
fizeste ao animal humano quando devolveu a ele o fogo? Não percebeu o quanto isso
iria nos prejudicar? O fogo Prometeu, não deveria ter saído do Olimpo, esta foi
a nossa maldição que tu nos trouxeste! Oh! Prometeu... Que Deus nos acuda,
ficamos arrogantes como vocês... e o pior... Somos demasiados humanos, nos
achando melhores que vocês. Semelhante
àquela sua águia rival Prometeu, também devoramos diariamente o fígado
esverdeado daquela que nos amamentou, sem darmos ao luxo de percebermos que, ao
contrário do seu fígado, Prometeu, não se renova constantemente. Uma
pessoa desatenta na multidão, preocupada com o seu próprio mundinho, perguntou:
Estou com pressa. Será que vai demorar. Afinal, quem é ela e que mal
cometeu? E uma voz diabólica lhe
sussurrou: É a “Mãe-Bruxa” que detém os segredos para realizar os encantamentos
que não passam de manipulações de leis e de elementos químicos. Ela é mentirosa
e nos enganou durante milhares de anos, mas graças aos iluminados alquimistas
da ciência, retiraram de suas mangas todas as “cartas” que propagava suas
heresias. Não vamos precisar mais dela. De
repente, ao termino do veredicto, veio um dos malfeitores lhe furou e rasgou
seu ventre, e logo saiu toda água potável e todo sangue preto, e seus
escarnecedores consumiam tudo, ao ponto de não sobrar uma gota. E outro, dando
gargalhadas, riscou um palito de fósforo, acendeu seu cigarro, e queimou a
ponta de um pavio que em poucos minutos acionará a fogueira atômica no qual ela
será lançada. Eis ai o apocalipse da Natureza despida e desencantada. Ei,
desatento! Outra voz surge do alem. Não percebe que tu também serás queimado,
como todas as bruxas do passado? Repense sobre tudo que é existente e toda realidade,
para ter a capacidade de desbanalizar o banal.
Nunca se esqueça de que você é animal humano e não ser humano. Deixe de
agir como se fosse o mais evoluído de todas as espécies. Não existe evolução
como garantia de vida, mas autopoiese, a capacidade de autoproduzir e a
interdependência que nos fazem ser seres de um único organismo vivo
inseparáveis da trama de acoplamento estrutural. Você não é melhor que uma
bactéria, que conseguiu adaptar-se juntamente com o meio para continuar seu
processo de autofazer, muito mais tempo que vocês humanos, segundo a teoria de
Santiago. Por isso, deixe todos os
“ismos” prejudiciais que se encontram na sociedade, como racismo... nazismo...
machismo... modernismo... fanatismo.... dogmatismo... capitalismo... humanismo que
deságuam no especiecismo (dominação biológica entre espécies) e no
antropocentrismo que vos cegam. Pense nisso filosoficamente, para que possa
quebrar as “viseiras” culturais e se libertar dessas utopias. Então saia do
artificial e caia na real, ou seja, no natural. Se tiver dificuldades
intelectuais, então, pense com o seu umbigo, e lance uma reflexão partindo do
global para o individual: Salvar o planeta é antes, salvar você mesmo.
Referencias:
·
Natureza
em Transe – P. 21 Crônica: o exterminador do Presente. Cartilha de Jaime
Fallaci – COPYRYGHT-BY – J. FALLACI - 1997
·
Alguns
“ismos” das Ciências Sociais - Januário Francisco Megale. Acessado em 17/07/12
- http://www.culturabrasil.pro.br/ismos.htm
·
Paulo
Ghiraldelli Jr- filosofo que cunha a frase: Desbanalizar o Banal. http://portal.filosofia.pro.br/
·
Apostila
POSEAD – Faculdade da Grande Fortaleza – A Filosofia e as Outras Áreas do
Conhecimento.
·
Bíblia,
Gênesis 1:26 e 29; 3: 2-3, 7
·
Pierucci,
A. O Desencantamento do Mundo: todos os passos do conceito em Max Weber. São
Paulo: Editora 34, 2003 .
·
Ponting,
C. Uma história verde do mundo. Tradução de Ana Zelma Campos. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1995. 646 p.
·
Maturana,
H.; Varela, F. De máquina e seres vivos: autopoiese – a organização da vida.
Tradução de Juan Acuña Llores. 3. Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 138 p.
·
Dicionário
de Mitologia Grega e Romana - Georges Hacquard – composto em caracteres
Helvética por Maria da Graça Manta, Lisboa e impresso e acabado na Divisão
Gráfica das Edições ASA1ª edição: Novembro de 1996.
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