quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Experiência com a mídia na educação


Neste bimestre, pedi para os alunos da primeira série do ensino médio, pesquisarem na web informações sobre uma religião diferente da que eles professam. Depois, os alunos, responderiam a essas questões: 1º  Sobre qual religião pesquisou? 2º O que você aprendeu com essa pesquisa sobre a religião? 3º O que mais chamou a atenção na religião pesquisada? 4º Cole uma imagens ou símbolos que você considera representativos da religião pesquisada. 5º Depois da pesquisa, houve alguma mudança na sua concepção sobre a maneira como devemos nos relacionar com pessoas de religiões diferentes da nossa?
                                                                               Para minha surpresa, a maioria deles, pesquisaram religiões que eram desconhecidas até para mim. Isso graças ao mundo da internet. As figuras foram baixadas da própria Web. Eles assistiram vídeos no You tube. Esses textos, imagens e vídeos criaram sentido para esses alunos, afirmando vividamente os dizeres de OROFINO, que disse: De forma bastante sucinta é possível afirmar que a linguagem híbrida, tanto da TV, do vídeo, do filme, como do computador, se caracteriza como um complexo processo semiológico que (...) utiliza signos em três diferentes códigos de significação:
A)     o código verbal/texto (uso da palavra na forma oral ou escrita)
B)     o código icônico/imagem (imagem parada ou em movimento, bem como todas as dimensões de composição)
C)      o código sonoro/som (músicas, ruídos ou onomatopeias, que indicam, apontam ou sugerem alguma informação).
Referencias:
OROFINO, Maria Isabel. Mídias e mediação escolar: pedagogia dos meios, participação e visibilidade. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2005, p. 84.



CADERNO DO ALUNO. FILOSOFIA. 1ª Série do ensino médio vol. 2. p. 18 - 20. Governo do Estado de São Paulo. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

VOAR SEM ASAS - POESIAS FILOSÓFICAS

Voar sem asas? Sim, possível é. 
Mais belo que o voo das aves... Mais alto que voo da águia...Mais rápido do que um cometa. 
Quem és tu? 
Sou aquela que não se prende as palavras... 
Sou flexível, insondável, intangível, voraz e misteriosa... 
Sou a pulga atrás da orelha... 
Sou veneno e ventania impetuosa.  
Onde moras? 
Nas planícies, nos vales, nos mares, nos picos dos montes, enfim... Em todos os lugares.  
Posso ficar com você? 
Sim, e a cada momento juntos. Deliciar-se-á com cada encontro delirante. Serei sua eterna amante. Despida... Sempre: nua e provocante.
Mas não se turbe ao conscientizar. 
Que tenho que me envolver com outros amásios. 
Para propagar o meu sabor. Para exalar o meu amor. 
Para excitá-los como uma prostituta. Que depois de dar seu calor, vai-se embora.                                                                       Para onde vais? 
Para o sul, norte, leste e oeste... Para alem das fronteiras da sua imaginação.
Viajo na cabina da agulha que tece o universo em expansão.                                                                                                    Posso encontrá-la novamente? 
Sim... Se com esforço conseguir a cada dia: Desbanalizar o banal... 
Ver a verdade por trás das aparências...
Transpor os tabus sociais e culturais... 
Para refletir e repensar- Usando a sua inteligência. 
Assim me acharás... Somente assim descobriras. 
Que sou a Sabedoria. E todo aquele que me ama sabe... Que nada sabe!  

 Referencia :  Desbanalizar o banal  - termo filosófico utilizado pelo filósofo Paulo Ghiraldelli.                                                                                                                                                                                                                                             

A ORIGEM DE DEUS - CONTOS DO NÉDI


Certa vez um cientista incomodado com a crença em Deus, escala o monte Sinai e instala no pico do monte vários instrumentos para captar ondas de som e imagens para concluir sua teoria. Ele permaneceu ali por alguns dias e quase no fim, se sentindo cansado e fracassado por não conseguir obter provas materiais do criador, levanta revoltado e dirige seu olhar para o céu e desabafa em alta voz: Se você existe mesmo, como apregoa os religiosos, então me responda agora, quem és tu e de onde vieste! O cientista deu um suspiro, abaixou a cabeça por estar agindo como um louco e naquele momento, surpreendentemente, ouviu um som brando sussurrando em seu interior, e no mesmo instante, olhou para seus equipamentos científicos e nenhum deles registrava coisa alguma. Então percebendo que era algo misterioso, fechou os olhos e pôs-se a tentar entender o ruído que aos poucos se tornava nítido, até que ele ouviu uma voz, que lhe falava, assim: Vou te responder quem sou e de onde vim! Mas, se somente se, lhe fizer uma pergunta para você refletir. O cientista atônito com a manifestação sobrenatural, rapidamente balançou a cabeça consentindo com a voz do além. E a voz prosseguiu: Você sabe que no corpo humano existem aproximadamente cem trilhões de células e cada uma desempenha bem o seu papel deixando claro que ela tem uma inteligência celular. Se fosse possível você perguntar a uma dessas células quem é o homem e de onde ele veio? Será que ela, por mais que tentasse, conseguiria dar-te uma resposta exata e verdadeira? Não! Afirma o cientista. E a voz continua: E se você com todo o seu conhecimento acadêmico, se esforçasse a instruir a essa célula, será que ela iria te compreender? Não! O cientista exclama. Então, depois de um momentâneo silêncio, conclui a voz ao cientista: A sua finita sabedoria nunca conseguira saber quem sou e de onde eu vim, mesmo que Eu use toda minha capacidade e ultrapasse as leis do espírito e da matéria, do imortal e do mortal, nunca nesta dimensão, você terá êxito algum de saber quem sou e de onde eu vim! O cientista abriu os olhos ligeiramente, verificou que nenhum som ou imagem fora detectado em seus equipamentos e anotou em sua prancheta: Instrumentos materiais não registram manifestações espirituais, pois estas estão em outra dimensão. E a minha limitada inteligência jamais  poderá entender os mistérios transcendentais e todos os segredos do universo. Saberei falar das manifestações e atributos, mas nunca do objeto em si.

O PROFESSOR HUMANISTA - CONTOS DO NÉDI


Minha apreciação é para o professor que lida com respeito e paixão para com todos os seus alunos sem fazer acepção de cor, credo, casta social e etc. Vou tentar ilustrá-lo: Certo professor pegou no recreio dois garotos brigando por preconceitos sociais e racistas. O professor chamou os dois para conversar e explicar com amor e paciência o quanto estavam errados e lhes mostrou que as diferenças exteriores não se comparam com inúmeras igualdades interiores. E que o respeito ao próximo é a chave para uma nação bem sucedida. E para complementar mostrou duas maçãs, uma vermelha e outra verde,  cortou-as e disse: Vejam! As maçãs são diferentes somente no exterior, em sua casca, por causa da melanina. Porém, as duas são classificadas como maçãs e sacia tanto a fome do negro quanto do branco, do rico e do pobre. Vocês são diferentes somente na cor da pele por causa da melanina, mas lá dentro de vocês, o sangue e os órgãos têm as mesmas cores e funções. E a materialização dos pensamentos que vocês aceitarem como verdade poderá tanto destruir quanto construir um mundo melhor e sem rivalidades.

PLEBISTOCRACIA


Plebistocracia (clique em plebistocracia para saber mais) é a junção de duas palavras que formam o conceito de um novo sistema governamental libertador. A plebistocracia nos dará asas para voarmos para fora das gaiolas oligárquicas! Oligarquia, governo baseado no patrimônio no qual os poderosos mandam. Basta! Não cantaremos, como canários tristes, para esse pequeno grupo de pessoas privilegiadas pelos políticos. Essa gente cria uma falsa ilusão ideológica e igualitária de Bem comum governamental, a pseudodemocracia, em que o Estado “não é mais do que a forma de organização que os burgueses constituem pela necessidade de garantirem mutuamente a sua propriedade e os seus interesses particulares”.
Salve! Salve! Plebistocracia! Rainha nossa! Consolação e guia! Veio para nos redimir. Para nos resgatar das mãos dos nossos opressores.
Como pode o povo ser governado por poucos durante longos anos?
O destino de muitos numa única estrada construída pela burguesia, mas que eles próprios não caminham por ela. O que tem riquezas pode pagar a fiança e o suborno, se necessário, para não cair na detenção. O descapitalizado se torna, para o capitalizado, um bode expiatório.
Onde estão a ordem, o progresso, a liberdade, a igualdade e a fraternidade? Essas palavras interrompem o vento e não deixam a multidão voar.
Quem dera se esse conjunto de sons articulados fosse encarnado... Mas são apenas ilusões e simples palavras que interrompem o vento...
Somos anátemas por acreditar no poderoso Leviatã que usa sua língua venenosa para seduzir corações sedentos de paz.
A cauda deste “monstro-Estado” arrasta para o abismo todo aglomerado de estrelas que tentam iluminar a Terra.
Mas bendito é o sol da justiça que nos traz o raio da esperança: plebistocracia! Plebistocracia! Plebistocracia! Ilumine os nossos passos para nos desviarmos dos enganos.
Oh! Quanta tolice! Fico envergonhado de eleger alguém para me representar! O mapa da Grécia não é a Grécia! A bandeira do Brasil não é o Brasil! Os políticos não são o povo! A política se faz com participação e não eleição de representantes! O signo arbitrário é o seu reflexo no espelho distorcendo você!
Abra as cortinas dos países... Veja o que está por detrás dos bastidores: os sacerdotes sacrificando milhares de vidas humanas para oferecer em favor do crescimento do poderoso deus Leviatã, o monstro-Estado.
Os políticos pagam com preço de sangue a glória do Estado! E as crianças... os velhos... as mães... os fracos... os pobres... os doentes... os trabalhadores??? São apenas objetos para sustentar uma democracia mercantil que patrocina o consumismo e gera a desigualdade social. A base da “pirâmide” sustenta o topo. É por isso que os reis não querem um controle populacional, quanto mais gente melhor, ou seja, a maioria sustenta a minoria que usurpa o poder.  Hannah Arendt afirma que política é o lugar da ação e do discurso em vista do bem comum e não de demandas individuais.
A plebistocracia veio para você e para mim. Vamos reformar a história... Vamos inverter os valores... O povo governando os seus representantes e domando o leão que age solto fiscalizando até o que não temos para manter a aquisição da força do Estado pela violência. Mas como domaremos o Leviatã?
Nas urnas não decidiremos somente os representantes competentes que passaram nos concursos para políticos, mas todas as propostas de leis antes de sua criação e aprovação. O legislador consulta a plebe para ajudar a elaborar as leis, e, por fim, rejeitá-las ou aceitá-las. O executivo perguntará e justificará o que pretende fazer, para descobrir de fato com o plebiscito qual a prioridade do povo.  Os nossos representantes têm de ser os melhores do país por meritocracia e não por privilégios partidários que recebem maior patrocínio para suas campanhas eleitorais. Até mesmo os ministros de Estado passam pelo crivo da meritocracia e do plebiscito. Por que o povo tem que estudar para prestar concursos públicos e os candidatos aos poderes legislativos e executivos não prestam concursos nem se alfabetizam para isso? Vivemos numa democracia oligarca que prestigia os burgueses e os políticos com regalias e proteção de direito estatal. É hora de apertarmos o ponto de mutação! Chega de favoritismos! Temos o antídoto: plebistocracia!
Nada se decide... Nenhuma coisa se fará sem um plebiscito... Cada eleitor será um militante de um partido para eclodir a diversidade de ideias e opiniões. A educação básica receberá maior investimento para produzir uma nação crítica e investigadora. As guerras e injustiças sociais cessarão... É a plebistocracia como forma de governo equitativo. É a desmonopolização do poder Estatal. É a distribuição dos três poderes nas mãos do povo para governar, equilibrar e censurar seus representantes. É o Quarto poder majoritário, o Plebiativo! É valorizar a multidão dando autonomia e poder de decisão política. É incorporar no Estado o “espírito público plebeu” para direcioná-lo ao bem do próprio povo, sem demagogias, assim o Estado passa a ser uma ferramenta não para poucos, mas para a maioria, de forma que não haverá diferença entre o Estado e o povo. Na plebistocracia, o Estado não é independente dos indivíduos nem anterior a eles. A plebe é o Estado e vice-versa. É o sonho da promessa que todos os escravos um dia sonharam de se ver livres dos sofrimentos advindos dos grilhões de seus senhores.
Este é o slogan: “Plebistocracia, o povo governando o Estado através do plebiscito direto e secreto”. Clamem por ela!
GLOSSÁRIO
•          Bode expiatório – Aquele que carrega todos os pecados da humanidade. Pessoa inocente que é punida por algo que não cometeu.
•          Desmonopolização – Processo de cessar o monopólio de.
•          Leviatã – O Estado reconhecido como soberano absoluto pelos seus súditos através do pacto social.
•          Plebiativo – Quarto poder majoritário, que governa, fiscaliza e equilibra os outros três poderes.
•          Plebistocracia – Regime de governo em que o povo comanda o Estado por meio do voto direto e secreto.
•          Pseudodemocracia – Forma de governo que usa a democracia aparentemente para ocultar as suas verdadeiras intenções.
•          Signo arbitrário – Signo associado a um significado, o qual representa, e o qual evoca com sua simples presença. Ex.: Bandeira Nacional.
REFERÊNCIAS
•          PLEBISCITO. In: WIKIPEDIA. A enciclopédia livre. (última atualização da página em 19 de julho de 2012). Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Plebiscito. Acesso em:  26 jul. 2012.
•          iDICIONÁRIO Aulete. O dicionário da língua portuguesa na internet. Disponível em: http://aulete.uol.com.br/index.php. Acesso em: 26 jul. 2012.
•          MARX, Karl; ENGELS, E. A ideologia alemã. P. 59. 2ª Edição, São Paulo, Martins Fonte, 2001.
•          Apostila da Unifran – Prática de Ensino Vl Capítulos: 1 ao 5. Filosofia 2009 –79 páginas.
F Dicionário de Filosofia – ABBAGNANO, Nicola. Páginas: 364, 365; 487. , 5ª Edição, São Paulo, Martins Fonte, 2007
•          GRUPO de Estudos Hannah Arendt. Vinculado ao Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo. Disponível em: http://hannaharendt.wordpress.com/ . Acesso em: 26 jul. 2012.
•          HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

APOCALIPSE DA NATUREZA DESPIDA E DESENCANTADA


Lá esta a “Santa Inquisição” com sua “caça” na mão. Os exterminadores do presente estão cauterizados pelas suas ambições e não conseguem refletir sobre suas ações. Todos nós já sabemos! Não é preciso descrever quão maldosa será a condenação. Não adianta chora para mamar... Perante eles não adianta chorar.  A lenha esta do lado da presa. Só falta atear o fogo. Nos assentos do tribunal “eclesiástico” se discutem a elaboração dialética que será enunciada no momento do julgamento. Depois, é só apertar o “botão”. Ninguém escapuliu da “Santa Inquisição”... Ninguém conseguiu convencê-los da sua inocência.  Vejam! Não fechem os seus olhos! A maldosa ignorância está ai! Infelizmente, você e eu, não conseguiremos parar com este absurdo...  Pois os sentimentos de culpa nos assolam e paralisam o pulsar de nossas emoções. O coração virou uma pedra fria embrulhado numa “sacolinha” de plástico. Nada poderemos fazer contra eles. Nada freará a ideologia antropocêntrica da dominação. Tudo esta determinado. Esta escrito nas estrelas e nas leis divinas... E também esta escrita nas tábuas de nossa mente... O Verbo se tornou carne! As ideias de Moisés, Descartes, Bacon e de tanto outros predadores ao longo da história humana estão vivas em nós! Consumado esta! E assim será! Somos fantoches desta abominação!     O “sangue preto” dela derrama sobre nossa cabeça e de todas as gerações!  Ai das grávidas! Ai de ti, esperança-verde: predestinada ao fim, usada para fomentar a churrascaria e o deleite do sabor pela carne vermelha!   O câncer se alastra no pulmão do mundo! E nem mesmo as seções de quimioterapia resolverá tamanha devastação! Ela esta em algemas de morte. Ela que é apaixonada pela vida, autora e personagem do filme: Paixão da Mãe Universal: para quem nascem os belos filhos e os frutos saborosos.  Os Peões sem piedade laçaram-na como novilho em festa de rodeio. Amordaçada e prostrada ficou.  Colocaram em sua cabeça ensanguentada uma coroa de espinhos... Esta surrada e sugada com os beijos de vampiros! Foi assim que a traíram, enquanto ela passeava pelo seu jardim! Os senhores da verdade submeteu ela a todo tipo desumano de tortura. Seus inquiridores não deram trégua: questionaram-na... dissecaram-na... maltrataram-na... racionalizaram-na... e por fim... desencantaram-na. Ela esta nua e escandalizada, pendurada em uma cruz no calvário. E encima da cruz deu a ela um título, e nele esta escrita: Mãe Terra, Planeta Azul. Os seus juízes rasgaram as suas vestes em quatro partes e sorteou sua única túnica azulada para ver qual dos empresários industriais - patrocinadores das tecnológicas - que ficaria com ela. Fizeram dela um simples relógio mecânico! Resumida a uma escrava e cobaia de laboratório! Esquartejaram-na! Retalharam seu corpo nas salas cirúrgicas dos saberes através de seus experimentos. Tamparam seus ouvidos aos gritos dela! Que ecoavam desesperados tentando perfurar as barreiras artificiais que nos distanciam do natural! Ela não é mais a bola da vez! É apenas uma “cadela sarnenta” infestada e sentenciada pelos parasitas homo sapiens.  Prometeu, deus do Olimpo, filho do Titã Jápeto e da Oceânide Clímene, será que se arrependeu do mal que fizeste ao animal humano quando devolveu a ele o fogo? Não percebeu o quanto isso iria nos prejudicar? O fogo Prometeu, não deveria ter saído do Olimpo, esta foi a nossa maldição que tu nos trouxeste! Oh! Prometeu... Que Deus nos acuda, ficamos arrogantes como vocês... e o pior... Somos demasiados humanos, nos achando melhores que vocês.  Semelhante àquela sua águia rival Prometeu, também devoramos diariamente o fígado esverdeado daquela que nos amamentou, sem darmos ao luxo de percebermos que, ao contrário do seu fígado, Prometeu, não se renova constantemente.                                                                                                                                                                    Uma pessoa desatenta na multidão, preocupada com o seu próprio mundinho, perguntou: Estou com pressa. Será que vai demorar. Afinal, quem é ela e que mal cometeu?  E uma voz diabólica lhe sussurrou: É a “Mãe-Bruxa” que detém os segredos para realizar os encantamentos que não passam de manipulações de leis e de elementos químicos. Ela é mentirosa e nos enganou durante milhares de anos, mas graças aos iluminados alquimistas da ciência, retiraram de suas mangas todas as “cartas” que propagava suas heresias. Não vamos precisar mais dela.                                                                                                                                   De repente, ao termino do veredicto, veio um dos malfeitores lhe furou e rasgou seu ventre, e logo saiu toda água potável e todo sangue preto, e seus escarnecedores consumiam tudo, ao ponto de não sobrar uma gota. E outro, dando gargalhadas, riscou um palito de fósforo, acendeu seu cigarro, e queimou a ponta de um pavio que em poucos minutos acionará a fogueira atômica no qual ela será lançada. Eis ai o apocalipse da Natureza despida e desencantada.                                                                                                               Ei, desatento! Outra voz surge do alem. Não percebe que tu também serás queimado, como todas as bruxas do passado? Repense sobre tudo que é existente e toda realidade, para ter a capacidade de desbanalizar o banal.  Nunca se esqueça de que você é animal humano e não ser humano. Deixe de agir como se fosse o mais evoluído de todas as espécies. Não existe evolução como garantia de vida, mas autopoiese, a capacidade de autoproduzir e a interdependência que nos fazem ser seres de um único organismo vivo inseparáveis da trama de acoplamento estrutural. Você não é melhor que uma bactéria, que conseguiu adaptar-se juntamente com o meio para continuar seu processo de autofazer, muito mais tempo que vocês humanos, segundo a teoria de Santiago.  Por isso, deixe todos os “ismos” prejudiciais que se encontram na sociedade, como racismo... nazismo... machismo... modernismo... fanatismo.... dogmatismo... capitalismo... humanismo que deságuam no especiecismo (dominação biológica entre espécies) e no antropocentrismo que vos cegam. Pense nisso filosoficamente, para que possa quebrar as “viseiras” culturais e se libertar dessas utopias. Então saia do artificial e caia na real, ou seja, no natural. Se tiver dificuldades intelectuais, então, pense com o seu umbigo, e lance uma reflexão partindo do global para o individual: Salvar o planeta é antes, salvar você mesmo.

Referencias:
·         Natureza em Transe – P. 21 Crônica: o exterminador do Presente. Cartilha de Jaime Fallaci – COPYRYGHT-BY – J. FALLACI - 1997
·         Alguns “ismos” das Ciências Sociais - Januário Francisco Megale. Acessado em 17/07/12 - http://www.culturabrasil.pro.br/ismos.htm
·         Paulo Ghiraldelli Jr- filosofo que cunha a frase: Desbanalizar o Banal. http://portal.filosofia.pro.br/
·         Apostila POSEAD – Faculdade da Grande Fortaleza – A Filosofia e as Outras Áreas do Conhecimento.
·         Bíblia, Gênesis 1:26 e 29; 3: 2-3, 7
·         Pierucci, A. O Desencantamento do Mundo: todos os passos do conceito em Max Weber. São Paulo: Editora 34, 2003 .
·         Ponting, C. Uma história verde do mundo. Tradução de Ana Zelma Campos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995. 646 p.
·         Maturana, H.; Varela, F. De máquina e seres vivos: autopoiese – a organização da vida. Tradução de Juan Acuña Llores. 3. Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 138 p.
·         Dicionário de Mitologia Grega e Romana - Georges Hacquard – composto em caracteres Helvética por Maria da Graça Manta, Lisboa e impresso e acabado na Divisão Gráfica das Edições ASA1ª edição: Novembro de 1996.