PRÉ-SOCRÁTICOS
Os Pré-Socráticos foram os primeiros Filósofos gregos que viveram mais
ou menos 600 a 500 a.C. Habitaram a Grécia antes dos sofistas (Os sofistas eram
mestres que ensinavam a arte do discurso para os políticos e que tudo é
relativo) e nomeadamente antes e no mesmo período de Sócrates.
Conhecem-se apenas notícias e fragmentos das suas obras, que só chegaram até
nós porque foram citados ou copiados em obras de Filósofos posteriores. Os primeiros filósofos gregos dedicaram-se
ao problema de determinar qual era o princípio material, chamada Physis, que
ordenava e regia a natureza e todo universo, para vereficar se a natureza
possuia uma ordem ou era um caos, numa explicação racional (cosmológica) desprendida
do mito (cosmogônica). Foram chamados de naturalistas, pois procuravam
responder a questões do tipo: O que é a natureza ou qual o fundamento último das coisas? Foram considerados como pessoas desprendidas
das preocupações materiais do dia a dia e
que se dedicavam apaixonadamente à contemplação da natureza. Tinham
então como principal objetivo viverem para contemplarem a natureza. Pode
considera-los como os primeiros Físicos, pois várias de suas descobertas são
valiosas até hoje para a física.
BREVE
RESUMO DOS PRÉ-SOCRÁTICOS:
Tales de Mileto O primeiro Filósogo
grego que viveu por volta do ano 600 a.C. Tales defendia que a água era o
princípio, a origem que regia todas as coisas. Preocupavam-se em encontrar a
unidade por detrás da multiplicidade dos objectos do universo, e o princípio de
explicação da natureza a partir da própria natureza.
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Anaximandro – (+ ou –
610-547 a. C) é um filósofo da escola jônica, natural de
Mileto e discípulo de Tales. Foi geógrafo, matemático, astrônomo e
político. Escreveu um livro, Sobre a natureza, que se perdeu. É
considerado autor de um mapa do mundo habitado e iniciador da
astronomia. Afirmou que a origem de todas as coisas seria o apeíron, o
infinito. O mundo se dissolveria nele também. É apenas um
mundo dentre muitos. Ao contrário de Tales não deu à gênese um caráter
material. O apeíron é eterno e indivisível, infinita e indestrutível. O princípio
é o fundamento da geração de todas as coisas, a ordem do mundo evoluiu do caos
em virtude deste princípio. Teve como discípulo Anaxímenes.
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Anaxímenes – (+ ou – 588-524 a.C.)
Refutando a teoria da água de Tales, e do ápeiron de Anaximandro, Anaxímenes
ensinava que a substância primordial era o ar infinito, pneuma ápeiron. O universo
resultaria das transformações do ar, o fogo, o vento, a nuvem, a água e a terra
e por último pedra. O ar tinha o eterno elemento. Dedicou-se à
meteorologia foi o primeiro a considerar que a lua recebe a luz do sol.
Era companheiro e discípulo de Anaximandro. Hegel diz que Anaxímenes ensina que
nossa alma é ar, e ele nos mantém unidos, assim um espírito e o ar mantém
unido o mundo inteiro. Espírito e ar são a mesma coisa. Para ele a Terra a Lua e o Sol bem como todos
os demais astros conhecidos na época, são planos e flutuam como se estivessem
cavalgando sobre o ar. Todos os astros se movem ao redor da terra como se fosse
um chapéu girando ao redor da nossa cabeça. A terra é feita de ar comprimido e
o sol a lua e os outros astros também se originam da terra..
Anaxímenes identificou o ar talvez porque tenha visto seu movimento
incessante, e que a vida e o ar andam juntos, na maioria dos casos. A
respiração é um processo vivificante, dependemos dela durante toda a nossa
vida. Ele via que no céu existem nuvens, e que a
matéria possui diferentes graus de solidez.
Outra frase que consta nos fragmentos é "O sol largo como uma folha e se desloca através do ar".
Outra frase que consta nos fragmentos é "O sol largo como uma folha e se desloca através do ar".
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Pitágoras – (século VI
a.C.) Nasceu em Samos, em uma época em que na Grécia estava instituído o culto
ao deus Dionisio. Os órficos (de Orfeu) acreditavam na imortalidade da alma e em
reencarnação (metempsicose), e para se livrar desse ciclo, necessitavam da
ajuda de Dionisio deus libertador. Pitágoras postulou como via de salvação em
vez desse deus, a matemática. Acreditava na divindade do número. O um é o
ponto, o dois determina a linha, o três gera a superfície e o quatro produz o
volume. Os pitagóricos concebem todo o universo como um campo em que se
contrapõe o mesmo e o outro. É de Pitágoras o teorema do triângulo retângulo.
Fundou uma seita, em que a salvação dependia de um esforço humano subjetivo, e
que tinha iniciação secreta. Os números constituem a essência de todas as
coisas segundo sua doutrina, e são a verdade eterna. O número perfeito é o dez,
por causa do triângulo místico. Os astros são harmônicos. Foi Pitágoras que
inventou a palavra filosofia – (amizade ao saber).
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Xenófanes de Colofão -(século
IV a. C) atribui-se a ele a fundação da escola de Eléia. Em seus fragmentos
defendeu um deus único, supremo, que não tinha a forma de homem. Realçou isso
afirmando que os homens atribuem aos deuses características semelhantes a eles
mesmos, que mudam de acordo com o povo. Se os animais tivessem mãos para
realizarem obras, colocariam nos deuses suas características. Restaram de suas
obras alguns fragmentos, sendo que uns satíricos. Foi contra a grande
influência de Hesíodo e Homero (historiador e escritor gregos). Zombou dos
atletas, preferindo a sua sabedoria aos feitos atléticos, que não enchiam
celeiros. O deus segundo Xenófanes está implantado em todas as coisas, o todo é
um, e é supra-sensível, imutável, sem começo, meio ou fim. Teve como
discípulo Parmênides.
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Parménides,
foi o fundador da escola eleática. Defendia a imutabilidade e unicidade do ser,
afirmando que a multiplicidade e a mudança eram apenas aparências. Zenão, que
foi seu discípulo, viria a defender as teses de Parménides sobre a
imutabilidade do real.
Parménides dizia que o Ser é completo de todos os lados, semelhante a uma
esfera bem redonda.
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Heraclito acreditava na filosofia do
devir, falava de um devir não puramente linear que seria a negação absoluta do
ser, mas sim do devir que se desenrolava no interior de um círculo. Considerava
haver um ciclo do devir que em tudo representava harmonia, com efeito na
circunferência, o começo e o fim coincidem. Acreditava que era
no interior de cada um de nós que se operavam as mudanças, dizia que a
vida e a morte, a juventude, a velhice e o sono eram a mesma coisa,
porque estes transformam-se naquelas e inversamente aquelas transformam-se
nestes. Era um defensor da mudança dizia que não se podia penetrar duas vezes
no mesmo rio. Para Heraclito, o mundo
era o mesmo para todos os seres, nenhum deus, nenhum homem o criou; mas
foi, é, e será sempre um fogo eternamente vivo, que com medida se acende e com
medida se apaga. ...........................................................................................................................................
Anaxágoras foi o primeiro
filósofo registrado pela história a ter afirmado a existência de um princípio
inteligente como causa da ordem do mundo. Para ele o espírito é que ordenava
tudo e daí tudo era causa.
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Empédocles, foi o criador da teoria dos
quatro elementos que vigoraria até a era moderna: terra, água, ar e fogo,
seriam os componentes últimos das coisas, ora reunidos sob a atracção do amor,
ora separados pela força da discórdia (ou do ódio).
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Leucipo (século V a.
C) Filósofo grego, criador da teoria atomista, que foi desenvolvida por
Demócrito. É considerado discípulo de Zenão. Leucipo explicou o fenômeno do
peso de acordo com o tamanho dos átomos e suas combinações. Os átomos seriam
partículas minúsculas e indivisíveis por sua pequenez. O mundo teria a parte
cheia e a parte vazia. Foi o primeiro a conceber uma parte vazia no universo. A
parte cheia seria constituída de átomos.
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Melisso – floresceu em
cerca de 444/41 a.C. Nasceu em Samos, ilha do mar Egeu, e era filósofo e
político, tendo derrotado os atenienses com uma esquadra que comandou. Defensor
de Parmênides, atacou Empédocles. Escreveu um poema, Sobre o ser. Disse que o
todo é imóvel, pois se movesse haveria vazio e o vazio é um não ser. Para ele
tudo sempre existiu, e sempre existirá. O mundo é infinito.
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Demócrito (+ ou -
460-370 a. C) – nasceu em Abdera (Trácia). Foi discípulo e sucessor de Leucipo,
desenvolveu suas teoria atomista. É um dos primeiros materialistas. Teria
deixado cerca de noventa obras. Para resolver o impasse surgido nas teorias de
Heráclito e Parmênides, desenvolve a teoria de que tudo seria composto por
partículas minúsculas indivisíveis e invisíveis a olho nu, inclusive a alma. Os
átomos da alma se desintegrariam no momento da morte. Portanto, não acredita na
imortalidade da alma, embora gostasse de Pitágoras. Como nada pode surgir do
nada, os átomos, são eternos. O movimento existe, pois o pensamento é
movimento, e também os átomos se movem. O homem é infeliz porque não conhece a
natureza. Temos de nos contentar com o mundo tal como ele é. Os átomos
constituem a explicação última da natureza. Foi o mais lógico dos
pré-socráticos. Nietzsche o considera um poeta, Aristóteles admira
sua universalidade. Sua doutrina seguiu adiante, e
temos outros atomistas, como Epicuro.
REFERÊNCIAS
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